Percute-me e abandonas o real em sossego. Respiro e pouso. Relembro o sabor insípido de tudo o que beijamos. Relembro o fictício punhal gélido que te coloca em movimento e peço que expurgues o irrevogável traçado na resposta palavreada em que te embalo.
Desdenho e reponho em claro branco e desalmo-me no testemunho em que dificilmente te pronuncias.
Cubro o que de intocável me é e chegas-me sobre eloquência do sensível e restas de um modo que me surpreende.
Pouco me é o que constitui para te conter e vives em inquieto que estronda ao sentir do mundo que morrerá por descobrir. Permito-me reclamar-te de todo o feitio e respiras à beira do que não deteto, do incapaz de influenciar e do que me foge ao toque das mãos. É-me perpétuo a necessidade de conter enquanto ficas, enquanto veneras em repouso.
Enfrento a melancolia atroz que me domina o corpo, impaciente. Alma sedenta de prosa, inofensivos demónios que me habitam. Habito-me. Demónios que me gritam. Grito-me. Ilusão que me veste o corpo, estrondos violentos que me evocam. Respiro-te, enquanto testemunho as minhas horas sombrias.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário