domingo, 5 de outubro de 2014

Viver na diagonal

Questiono-me se ainda pensas em mim tanto como eu penso em ti. Questiono-me se te perguntas de que ar respiro no sumiço inexorável em que abandonaste. Questiono-me ainda, de que ar respiras tu se esse ar não é também um pouco do meu. De que te sustentas agora que estou infinitamente ausente?
Questiono-me. Porque parece que nunca chegaste a ir embora. Continuas aqui. Ainda estás aqui presente, repugnantemente presente num sufoco que me silencia desesperadamente.
E espero que um dia vás embora, que nunca mais voltes, porque nunca precisei que me deixasses a sobreviver em dias que não presencias.

terça-feira, 4 de março de 2014

Medo em palavras

Acordei rodeado por medos, acordei e abandonei-me a mim próprio na frieza magoada do teu toque.
Não quero aprender a amar-te no sabor amargo da tua ausência. 
Não quero nada parecer egoísta, mas de tudo o que mais me poderia aterrorizar neste mundo, ver-te sorrir na minha falta, seria aterrorizante.
Quero falar-te, quero dizer-te algo que te faça ficar, porque afinal, não há nada que me faça mais feliz que ver-te permanecer, mesmo quando todas as razões do mundo para não o fazeres tentaram falar mais alto.

Por favor.

Não vás. Não vás, porque se existe algo neste mundo que me faça respirar com tanta força e com tanta vontade, és tu.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Não te sei explicar ao certo

Não te sei dizer ao certo quando, onde, como ou porquê. Não te sei dizer ao certo a primeira coisa que me passou pela cabeça quando me sorriste pela primeira vez, não sei explicar o quão bonito foi possuir aquele sentir tão meu, um sentir só meu por ti.
Mas o medo pernoitava em mim. Medo que encontrasses em mim algo que não pretendesses manter contigo, medo de não ser o que sempre idealizaste para a tua vida.
Não te sei explicar o quão único cada pormenor teu é perfeito aos meus olhos, eu próprio não consigo compreender a força sobre-humana com que me fazes querer-te.
Não te sei explicar ao certo o vazio que me habita na tua ausência, nem o quanto esse vazio tortura.
"Não há nada como nós, não há nada como eu e tu, juntos". 
Não te sei explicar ao certo o quanto desejo uma eternidade, algures, que nos pertença. Uma eternidade que nos mantenha juntos, tanto física como mentalmente, porque afinal, acredito que as nossas almas se salvam mutuamente todos os dias, que respiram em simultâneo, que vivem uma pela outra e que são preenchidas por uma impossibilidade que não as faça parar de se desejarem. Porque apesar da distância que nos impede o toque, contento-me com a certeza de que estamos sob o mesmo céu, a respirar a vontade de beijar os lábios de que sentimos tanta saudade.
Não te sei explicar ao certo o sentido de tudo o que acabei de te escrever, porque afinal, o que sinto por ti resume-se a isso mesmo: inexplicável.


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