Tudo em ti soa a poesia, tudo em ti é tudo. Relembras-me o cântico harmonioso dos pássaros, o chegar da Primavera e da paz colorida que a caracteriza. Relembras-me os sábios escritores, a complexidade mental que os devora. Tudo em ti canta a brisa cortante do vento, tudo em ti pronuncia amor. Tudo em ti me implora o toque, me respira nostalgia. Choves-me.
Doce anjo, tudo em ti me morre, tudo em ti me vive.
Enfrento a melancolia atroz que me domina o corpo, impaciente. Alma sedenta de prosa, inofensivos demónios que me habitam. Habito-me. Demónios que me gritam. Grito-me. Ilusão que me veste o corpo, estrondos violentos que me evocam. Respiro-te, enquanto testemunho as minhas horas sombrias.