Ele voltou a sonhar com ela, porque afinal nunca a esqueceu. Ele voltou a recordar as mesmas memórias, as melodias que os bebiam:
"A praia torna-se nostálgica na tua ausência: o vento soa a ti, o mar grita-me o teu nome. Queria-te ali comigo, a enfrentar a eternidade.
Guardei algures o que mais temia, "algures" esse repleto de ti e de todos os ínfimos pormenores que segredámos. Medo, medo que encontrasses em mim algo que não pretendesses manter contigo.
Prometeste-me os próximos mil anos, que acredito que ainda nos pertencerão."
Tudo o que ele queria era que ela lesse tudo o que ele já lhe escrevera e que se identificasse em cada insignificante palavra e que cada uma soasse, perfeitamente, a amor.
Enfrento a melancolia atroz que me domina o corpo, impaciente. Alma sedenta de prosa, inofensivos demónios que me habitam. Habito-me. Demónios que me gritam. Grito-me. Ilusão que me veste o corpo, estrondos violentos que me evocam. Respiro-te, enquanto testemunho as minhas horas sombrias.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Subscrever:
Mensagens (Atom)